Nestes
últimos quatro dias o meu filho não tem andado bem comigo e estava
muito triste, nem beijinhos queria meus, não queria abraços nem
brincadeiras, magoava-me que uma atitude minha magoasse tanto duas
pessoas que amo. Nestes últimos dias a Ana é que tem sido quase uma
mãe para o David, vai busca-lo á escola, levá-lo, brinca e fala
com ele como nós fazíamos e foi nestes pensamentos que peguei no
telemóvel e liguei-lhe. Um toque, dois toques… cinco toques e ele
não atendeu. Senti que era quase um sinal a indicar-me para não lhe
dizer que finalmente entendia o que sentia, demorei tanto tempo.
Quatro dias! Precisei de 96 horas para entender o que sentia, como é
possível ter demorado tanto tempo?! A Ana estava no parque a passear
com o Rodrigo e com o David, por isso estava em casa sozinha, a ver
televisão, precisava de me distrair por isso fui até á cozinha e
comecei a preparar o jantar, como necessitava de algo que me
aquecesse por causa do frio rigoroso de Inverno, e por causa do frio
e vazio, causado pelas saudades que o André causava em mim acabei
por preparar a sua sopa favorita: caldo verde. Preparei a mesa para
quatro, ultimamente era assim, o Rodrigo fazia parte da nossa vida,
do nosso dia-a-dia, a Ana e ele cuidavam do menino, eu limitava-me a
sobreviver, não sorria, pouco falava e a minha energia não era a
mesma, ou me fechava em casa mais propriamente no quarto, ou
passeava, precisava de tempo e espaço, a cada dia que passava eu
sentia que o sentimento que vivia em mim era mais forte, parecia que
só inflamava com a distância. No trabalho estranharam as minhas
atitudes, mas preferi não falar. No segundo dia de distância do
André ele mandou-me uma mensagem que me fez ainda mais ter a certeza
da excelente pessoa que ele era, do grande homem que ele era:
“Ritinha
quero apenas que saibas algo muito importante: eu adoro-te muito,
muito, muito, muito, muito, muito tanto a ti como ao David! Vou-te
dar todo o espaço que quiseres e precisares quero apenas nunca mais
te voltar a perder, mesmo que o que sintas não seja igual ao que
sinto. Beijinhos para uma das mulheres que mais gosto na minha vida!”
Não
aguentei não chorar a ler estas palavras, ele era sem dúvida das
pessoas que mais gostava, um dos homens que mais admiro, apesar de só
termos 19 anos ele já era mais homem que muitos que conheço, era
sincero, humilde, verdadeiro, um querido, honesto, era apaixonante e
eu interrogava-me como consegui esperar 19 anos até me apaixonar por
ele. Respondi:
“André,
meu amor tanto eu como o David te adoramos até ao infinito mas
desconfio que eu gosto mais que ele xD Não quero esperar muito tempo
porque cada vez tenho mais a certeza do que sinto! Nunca mais te vou
perder garanto-te! Beijinhos da tua eterna pequenina e do pequenino
piolho.”
Perdida
em pensamentos e talvez a distância que tinha do telemóvel (eu
estava na cozinha e ele estava no quarto) me impediu de o ouvir tocar
e só quando chego ao quarto deparo-me que tinha uma chamada não
atendida do André, apenas tenho tempo de ver que é ele, tinha
chegado atrasada um/dois minutos, mas mal tenho tempo para ver a
chamada que recebo logo outra, a música era a “nossa música”
(Jason Mraz ft Colbie Caillat – Lucky), perdi a conta às vezes que
ouvi e reflecti ao som desta música nas últimas 96 horas da minha
vida. Também descobri músicas que me fizeram entender melhor o que
sentia por ele, por vezes a música é mesmo a melhor amiga de uma
pessoa, não precisava de ninguém para me dar conselhos nem me
apoiar, precisava apenas do meu espaço, por vezes fui fria para a
Ana e para o Rodrigo mas queria apenas reflectir Atendi a chamada num
segundo e falei:
-Olá
meu rei. Nem imaginas as saudades que tenho tuas e de ouvir a tua
voz!
-Olá
minha pequenina. Nem imaginas a felicidade que me dá saber que
sentes as mesma saudades que eu!
-Nem
sabes o quanto te adoro e o quanto preciso de ti hoje e sempre! Já
tomei uma decisão meu amor!
-E
qual foi?
-Digo-te
quando estivermos juntos pode ser?
-Sim,
claro meu bem! E tens a certeza do que sentes e da decisão que vais
tomar?
-Nunca
tive tão certa daquilo que sinto meu homem! E quando podes estar
comigo?
-Hoje
á noite ia com o meu mano até casa do Luisão porque ele vai fazer
uma noite de jogos com o plantel, mas eu digo que não vou e podemos
estar juntos e despacho o Simão.
-ANDRÉ
FILIPE! –
Disse em forma de reclamação. – Já
combinaste e não vais descombinar por minha causa! Esperamos por
amanhã, pode ser que até lá não queiras mais ouvir a minha voz e
te queiras afastar de mim. –
Disse triste, a ideia de acontecer magoava-me. – O
Simão está cá em Lisboa? Ai que saudades que tenho dele! – O
Simão é o irmão do André. Tinha saudades dele mas nada que se
comparasse as saudades que me devoraram interiormente do André. Não
via o Simão há mais tempo, desde que vim viver para Lisboa mas o
meu matulão era sem dúvida o meu matulão, o meu amigo, o meu amor…
-Cá
para mim tens mais saudades dele do que minhas. –
Disse triste imaginando. –
Mas eu tenho mais saudades tuas que deles e quero muito ouvir o que
sentes! Não me podes dizer pelo telemóvel? Eu preciso disso para
viver hoje.
-Não
me faças isto por favor André! –
Supliquei. -
Sabes que não era ser justo dizer-te por aqui, tu mereces mais e
melhor meu rei! –
Cada vez entendia melhor o que sentia por ele. -
És a pessoa de quem o meu coração sente mais saudades. A dor que
este sentimento me causa são tão difíceis de lidar, e saber que
estamos assim por minha causa só piora tudo! – As
lágrimas já me atravessavam o rosto. –
Esta saudade causa-me uma dor inexplicável, tive muito tempo
separada de ti, é verdade, mas o que sinto agora é tão diferente,
é tão mais forte, não digo que antes não me magoasse mas o que
sinto agora é mais forte! –
Tentei manter-me calma mas as lágrimas ainda me escorriam pela face.
–
Esta dor destrói-me em todos os sentidos, mata-me por dentro,
tira-me as forças que tenho, a alegria que tinha por saber que podia
estar contigo. Foram só 96 horas mas foram as mais difíceis da
minha vida! Nem sabes o quanto quero estar junto de ti e abraçar-te!
–
Limpei as lágrimas, ouvi entrarem em casa e esperei que o André
respondesse para rever o meu filho, de quem também tinha saudades.
-Apanhaste-me
completamente desprevenido! Não esperava que transcrevesses tudo o
que o meu coração também sente. Eu preciso de estar contigo neste
momento Rita, eu preciso rever-te, não amanhã, não daqui a bocado
mas AGORA!
-Não
André, não vais deixar todos aqueles de quem gostas para trás por
minha causa, está fora de questão! Vais esperar por amanhã e com
calma falamos.
-Se
gostas de mim deixa-me ir ter contigo! – Não,
não poderia ser!
-Adoro
a tua mania de teres sempre uma resposta na ponta da língua! –
Sorri.
-Sabes
que não provo nada em deixar-te vires ter comigo! Agora tenho de
desligar que o pequeno chegou a casa, beijinhos te adoro meu matulão.
-Eu
não te adoro eu AMO-TE! –
Fez questão de realçar estas últimas palavras. –
Beijinhos até amanhã. Encontramo-nos há hora do pequeno-almoço em
tua casa. –
Desligamos a chamada. E fui ao encontro do meu filho, abracei-o e
dei-lhe um beijinho, desta vez ele assim o permitiu, o menino é
muito inteligente (não é ser convencida mas sai á mãe!) entendeu
que nada estava igual. Fomos todos para a mesa do jantar, jantamos e
bastante animados, eu estava participativa e animada como não
acontecia desde há 4 dias. Brinquei um bocadinho com o menino depois
do jantar para dar alguma privacidade ao “casalinho” mas o David
ficou com sono e acabei por me deitar ao lado dele, mas o sono não
aparecia, o André não saia da minha cabeça e coração, não me
abandonava por razão alguma, ouvi algumas músicas, mas o sono não
queria nada comigo, eram já quase 3 da manhã. Num impulso
levanto-me da cama, pego no meu filho e coloco-o com muito cuidado ao
lado da Ana, mas ela desperta e pergunta:
-Posso
saber porquê é que vieste deitar o menino ao meu lado? E o que
fazes acordada às… -
Olhou para o relógio que estava na mesa-de-cabeceira. – Ainda
nem 3 da manhã são?
-Não
consigo dormir e vou falar com o André e dizer o que sinto. Posso
pedir-te para tomares conta do David por favor?
-Claro
que sim, ele comigo porta-se bem. Não podes adiar essa tua
declaração de amor para amanhã de manhã? Agora corres o risco de
levar com a porta na cara.
-Estou
disposta a cometer esse risco. E já agora como sabes que vai ser uma
declaração de amor? – Dei
um beijinho a cada um em forma de despedida. –
Não sei se volto hoje.
-Eu
conheço-te Rita, sei que o amas mas vai lá que tens andado
insuportável nestes últimos dias. Beijinhos. Vai lá embora que eu
quero voltar a dormir.
Fui
embora daquela casa, tinha o pijama vestido e vesti um casaco de
inverno para me proteger do frio, levei a mala com o básico, chaves,
carteira e pouco mais. Quando cheguei á entrada do prédio vi passar
um táxi e chamei, o senhor estranhou o meu pijama mas não fez
perguntas, dei-lhe as indicações e pedi para acelerar, o senhor
assim fez. Paguei-lhe e fui até á porta do prédio, convenci o
segurança a abrir-me a porta, por sorte conhecia o André e ele
tinha-lhe contado que gostava muito de uma rapariga chamada Rita,
pois bem eu sou a Rita “do André”. Subi ate ao segundo andar
daquele prédio. Toquei á campainha, uma, duas, três vezes já
entendia que ele estava a dormir ou então não estava em casa, mas
não queria desistir, toquei uma última vez e abriram quando já me
encaminhava para voltar para casa. Era o André. Mas o André apenas
com os boxers vestidos, admirei-o, como era possível ele ser tão
perfeito, tão homem, tão maravilhoso?! Mirando-o de alto a baixo
digo:
-Desculpa
ter demorado 96 horas a entender o que sinto por ti, desculpa ter
demorado 19 anos a apaixonar-me por ti, desculpa ser tão parva e
insegura, desculpa ter-te feito sofrer, desculpa tudo o que te fiz
passar. Desculpa não te ter dado tudo o que mereces, e tu mereces
tudo! Mas neste momento estou disposta a amar-te como se fosse o
último instante, tenho tanto para te dizer, tanto para viver ao teu
lado, és o meu companheiro de amizade e de amor e… -
Olhei-o pela primeira vez olhos nos olhos. –
Amo-te André Filipe Tavares Gomes! –
Não tinha pensado no discurso que lhe diria, simplesmente saiu-me do
fundo do coração, disse quase tudo o que lhe tinha para dizer e ele
ficou quase sem reação, algo que me assustou inicialmente mas
acabou por responder pouco depois:
-Amo-te
até ao infinito Rita Alexandra Martins Mendonça Gomes! -
Gostei do facto de ele acrescentar o seu apelido ao meu nome, fez-me
sentir integrada e sentir que ele imaginava a nossa vida em conjunto,
uma vida só nossa, que pensava no futuro.
Ele
sorriu e aproximou-se de mim a uma velocidade estonteante, os seus
olhos brilhavam, tocou no fundo das minhas costas e puxou-me contra
si, coloquei as minhas pequenas mãos sobre os seus peitorais e ai
que tais! Estavam tão bem desenhados, o seu corpo parecia que tinha
sido esculpido pelas mãos de Deus, parecia que tinha sido feito a
pensar na perfeição. O seu toque era tão meigo, tão carinhoso mas
ao mesmo tempo tão masculino, era tão possessivo ele queria viver
aquele momento a qualquer custo. Beijamo-nos num beijo há muito
pensado e desejado, um beijo de saudade, de amizade, de amor, de
carinho, de ternura, um beijo intenso, nunca houve vergonha, aliás
posso dizer que os primeiros segundos foram pouco intensos
comparativamente com os restantes. O seu coração batia a um ritmo
acelerado, se houvesse dúvidas do que ele nutria por mim esta acabou
de ser a prova que o que eu sentia era totalmente recíproco, o meu
coração também batia acelerado, amava-o e tudo o que sentia era
tão forte, tão nosso, ele esteve presente em toda a minha vida,
vivi todos os sentimentos positivos que se podia viver ao seu lado,
só nos havia faltado um e agora unia-nos como nunca, o amor. O beijo
só terminou porque nos escasseava o ar, e foram apenas segundos
entre os restantes, cheios de sentimento como o que havíamos vivido,
demos uma volta sobre os nossos corpos, entramos dentro de casa e
entre beijos fechamo-la, encostou-me á parede e a sua mão entraram
para dentro do meu pijama, o seu dedo indicador e o dedo do meio
percorreram todas as minhas costas com as pontas, senti um calafrio
percorrer-me a espinha. Separou os nossos lábios e sorrimos, puxei o
corpo dele contra o meu, coloquei as minhas mãos no seu pescoço e
queria que ele se colasse literalmente a mim, as suas mãos voaram
até a parte de baixo das minhas pernas, abri-as, ele encostou os
nossos corpos e comecei a beijá-lo entre o pescoço, o maxilar e
percorri a sua cara com beijos ora mais longos ora mais curtos, mas
sempre sentido, ele começava a sentir desejo. Separou os nossos
lábios e olhou-me, senti-me corar, já o conhecia mas nunca havia
estado numa situação idêntica com ele, perguntou-me com os lábios
encostados ao meu ouvido:
-Tens
a certeza que queres fazer isto? –
Tinha a certeza absoluta, acenei positivamente com a cabeça, mas nós
ainda nem namorávamos. Ainda não tinha ouvido da sua boca que
também queria, as únicas palavras que me disse foi um “amo-te”.
Beijou-me mas agarrei no seu queixo e afastei os nossos lábios,
olhamo-nos olhos nos olhos.
-André,
eu quero muito, mas preciso de sentir o quanto me queres e se tens a
certeza que é isto que queres. –
Ele começou a beijar-me entre a orelha, percorreu o meu pescoço com
beijos sedutores, doces e sussurrava palavras que me tiravam toda a
coragem, todo o medo, que deixavam de fazer correr o autocontrolo em
mim.
-As
mais bonitas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar. –
Cruzamos
os nossos olhares por segundos e depois deu-me um beijo prolongado no
pescoço. E continuou a fazer o percurso entre o pescoço, o maxilar
e a gola do pijama –
Nunca me deixes. –
A sua mão voou até ao elástico das calças do meu pijama,
deixou-as lá pousadas. Coloquei as minhas mãos nos seus braços,
apertei-os e ele continuou. O desejo já fervilhava no meu sangue,
nas minhas veias, desejava-o mais do que nunca. –
Amo-te minha pequena grande mulher. –
Não aguentei e beijei-o insaciavelmente, precisava dele para
respirar, para sentir qualquer emoção, precisava de sentir que o
amava e que ele me amava, apesar do sentimento ser forte e
indescritível eu precisava daquele momento. Ele pegou-me ao colo e
começamos a beijar-nos, começamos a mimar-nos, a sua língua
invadiu a minha boca e os meus lábios invadiram a sua boca em busca
de encontrar recantos que apenas eu conheceria, todo aquela mixórdia
de sentimentos e emoções invadiram a minha cabeça e o meu coração.
O meu lado racional lutava contra o meu lado irracional e sentimental
mas com um homem daqueles e com o sentimento que nos unia, o lado
emocional vencia, a emoção vencia e desfrutávamos daquele momento
como se fosse o primeiro, era o primeiro em conjunto, mas não era a
primeira vez que o fazíamos, a única diferença entre a primeira
vez que sentíamos o momento e esta era que o nervosismo não
governava, os sentimentos faziam-se florir á flor da pele.
Pegou-me
ao colo e perdidos em beijos e momentos mais “quentes” fomos até
ao quarto mas tentamos não fazer barulho, o irmão dele estava a
dormir pacificamente, não o queríamos acordar. Assim que chegou ao
quarto pousou-me em cima da cama e afastou-se, queria segui-lo, tive
medo que ele estivesse arrependido e tivesse sentido que o momento
que íamos viver era um erro, mas eu estava mais certa do que nunca,
mas vi-o aproximar do rádio e ligar. Encostei os meus cotovelos
aquela cama e estiquei as pernas, como que chamando-o para junto de
mim, assim que a música de fundo surgiu ele aproximou-se de mim
olhando-me olhos nos olhos, deitou-se sobre mim mas com poucos
centímetros de diferença, as suas mãos foram para o colchão entre
a minha barriga e eu com necessidade de o sentir, coloquei as mãos
nas suas costas e fiz força sobre elas para unirmos os nossos
corpos, o beijo começou, desta vez não era o amor a falar, era o
desejo, comecei a sentir que os nossos corpos necessitavam mais do
que vivíamos a cada instante. A sua mão direita foi para o interior
do meu pijama, perdi qualquer decência e argumentos, perdi todas as
(poucas) dúvidas que tinha, a sua mão esquerda entrou também para
dentro da minha camisola, levantei os braços quase como dando sinal
que ele tirasse a camisola. Ainda me olhou directamente quase
perguntando se tinha a certeza do que fazia, acenei positivamente com
a cabeça e ele retirou a camisola apressadamente, ainda olhou para o
meu corpo, admirando-o, não pude não corar, não tinha o corpo
perfeito ao contrário do seu por isso sentia que nunca iríamos ficar
completos totalmente porque o meu corpo era diferente do seu, fui mãe
e por isso o meu corpo ainda tinha efeitos que o provavam, embora já
tivesse recuperado a forma que tivera outrora, ou melhor até estava
mais magra mas ele tinha o corpo esculpido e eu… Era simples ao seu
lado, era uma rapariga banal e vulgar, ele? Era fora de série, era
um homem que me completava de uma forma louca, que me fazia sentir
nas nuvens, a mulher mais feliz e completa, a pessoa mais amada do
mundo, acho que o único amor que era mais sentido que este era o
amor que sentia pelo meu filho. O André esteve em todos os momentos
da minha vida, quando chorei, quando sorri, quando sofri, ele esteve
presente, inclusive foi a primeira pessoa a saber da minha gravidez e
mais tarde soube que era um menino, apoiou-me na decisão de não
abortar e educa-lo, apesar de também ele estar numa fase má, foi
dispensado do Porto, onde também era capitão e depois foi para o
Pasteleira e Boavista, ficou triste mas nunca desistiu do sonho de
jogar futebol.
As
calças do meu pijama acabaram no chão, ficamos de igual para igual,
em roupa interior e com os nossos corpos colados, estarmos quase sem
roupa ainda fazia aumentar a tensão entre nós. Ele perguntou-me
mais duas vezes se eu tinha a certeza com o olhar ou mesmo através
de palavras, talvez tivesse dúvidas do que sentia, e do que íamos
fazer, mas assim que as minhas calças deixaram de ficar coladas ao
meu corpo, e fê-las deslizar, que não ouve mais dúvidas ou
perguntas, ele desapertou o meu soutien e fez as alças descerem com
a ponta dos dedos e foi dando beijos suaves, deixei de sentir o
soutien no meu corpo, ele retirou sem fazer pressão. Olhou para o
meu corpo apreciando-o. As poucas roupas que ainda cobriam o nosso
corpo voaram para o chão, mas senti-me encolher, tinha vergonha, ele
notou que me encolhia e fez também a curta distância que também
havia feito. Encostou os lábios ao meu ouvido ainda estando sobre
mim e perguntou:
-Não
queres fazer isto? –
Perguntou ainda com os olhos fechados. Respondi:
-Quero
mas o meu corpo não é perfeito ao contrário do teu. –
Ele sorriu. Beijei toda a curva do seu pescoço e a sua mão foi até
á parte de trás das minhas costas, uniu os nossos corpos. Mas ainda
me sussurrou:
-Eu
não sou perfeito, mas tu és. – Senti-me
corar mais uma vez. Começou a beijar-me desde a minha pequena testa
até ao umbigo, voltou para os meus lábios e perdemo-nos lá. Quando
já estávamos quase a fazer amor, eu paro-o e digo:
-André
e precavermo-nos? Não tenciono voltar a ser mãe tão cedo. –
Ele separou-se de mim a muito custo e foi até á mesa-de-cabeceira
onde tirou um preservativo e colocou. Enquanto o fazia disse:
-Já
me tinha esquecido desculpa princesa. –
Deitou-se novamente sobre mim e começamos a fazer amor.
O
André não se esforçava para me satisfazer todo ele correspondia
aos meus desejos, às minhas necessidades, todo ele parecia feito
para me completar, sabia exactamente tudo o que queria e desejava,
fazia-o no “timing” perfeito, deixava-me louca de desejo, louca
de viver tudo outra vez. Confesso que foi das vezes em que fiz amor e
me senti mais completa, apesar de repetirmos mais que uma vez ele
tinha energia suficiente para todas as vezes, a mesma energia que eu,
só não o fizemos mais quando os nossos corpos já não tinham mais
energia. Acabamos por adormecer nos braços um do outro,
completamente despidos e radiantes, sentia-me a pessoa mais poderosa
e feliz do mundo, poderia todo o meu mundo ruir que ficaria com dois
homens que me amariam e que NUNCA me iriam abandonar por razão
alguma: o meu filho e o André! Todos os sentimentos e momentos que
vivi com o André foram melhores e mais emotivos, foram mais
completos, mais felizes, foram melhores do que alguma vez poderia ter
imaginado. Acordei de manhã com um beijo nos lábios, olhei para o
lado, afinal não tinha sido tudo um sonho. Beijamo-nos mais uma vez
e ele disse:
-Bom
dia minha pequenina. –
Colocou os seus braços ao fundo das minhas costas ficando assim os
nossos corpos colados e dando um abraço, as minhas mãos estavam
pousadas no seu corpo.
-Bom
dia meu matulão. –
Não consegui tirar o sorriso do meu rosto. Não conseguia deixar de
ser feliz ao lado do André.
-Quero
fazer-te um pedido muito especial. –
Disse sussurrando.
-E
eu dar-te-ei uma resposta ainda mais especial. –
Dei-lhe um beijo no rosto. Ele olhou-me olhos nos olhos e perguntou:
O
que será que irá André perguntar a Rita?
E
o que será que ela irá responder? Que mudanças terá aquela noite
na vida deles?