(Ana)
Assim
que o treino a minha vontade era sair a correr dali para ir para o meu posto de
trabalho para reencontrar o Rodrigo, a troca de olhares foi intensa durante
todo o treino o que despertou algumas picardias com o mister e com os colegas,
queria estar com ele mas ao mesmo tempo levar tudo com toda a calma, não quero
iludi-lo e muito menos desiludi-lo mas por outro lado não quero entregar-me até
ultrapassar totalmente o Roberto, eu sei que ele já tem a Elena e que eu e o
Rodrigo sentimos algo um pelo outro mas quero que o tempo fale por si. Queria
estar ao pé do meu primo lindo David e lhe demonstrar que o Rodrigo não era tão
mau quando “pintava” aliás até tem-se provado uma grande pessoa e um grande homem.
Mas tenho de admitir que o facto de ele me crer apresentar á família me comoveu
e nós ainda nem namoramos, então como será depois de isso acontecer? Bem, o
tempo assim o dirá. Ele abdicou de passar o Natal com a família para ficar em
Portugal comigo, não o queria passar longe de mim, ele tornava-se aos poucos e
poucos cada vez mais especial para mim, não só pelo que sinto mas pela sua
forma de ser tão especial.
Perdida
em pensamentos voltei para o meu posto de trabalho e passado algum tempo
começou a sair o plantel aos poucos e poucos, cada um demorava o seu tempo e claro
que o Rodrigo era dos últimos porque estava sempre na brincadeira com os
colegas e depois ainda passava pelo local onde trabalhava para se “meter
comigo”, queria deslumbrar novamente com o seu sorriso que já me deixava
saudades e ouvir da sua boca nem que fosse um simples “Oi”. Cada um dos que
passava sorria-me e eu sentia-me corar, nunca fui habituada a ser o centro das
atenções mas claro que a minha colega estranhava e acabou por perguntar:
-Realmente podes considerar-te uma sortuda,
todos os que passam aqui te sorriem, só a mim é que isto não me acontece! –
Sorri. Mal sabia ela o porquê destes sorrisos ou de algumas “bocas” que ouvia.
O André Almeida passou a andar e ainda disse alegremente:
-Ai o amor, ai o amor! – Senti-me corar. Não queria de todo que soubessem da
minha relação com o Rodrigo, ou aliás da nossa “amizade colorida”, não que não
tivesse orgulho nele simplesmente porque não queria que pensassem que era “uma
devoradora de jogadores de futebol”, porque todos sabiam da minha história com
o Roberto, mas com o Rodrigo era tudo diferente, eu começava realmente a gostar
dele, fazia parte do meu presente e o amor com o Roberto está no passado e não
tenciono remexê-lo quero mesmo que fique assim, sossegado. Chegou uma altura em
que só faltava mesmo sair do plantel o meu “priminho”, o Garay e o Rodrigo.
-Não sei porque é que eles estão
assim comigo tens de lhes perguntar a sério! – Disse eu fazendo-me de inocente, sabia
perfeitamente mas não o queria dizer, talvez porque a minha colega não é parva
nenhuma e sabia do “clima” entre mim e o Rodrigo.
-Eu acho que sei o motivo, chama-se
Rodrigo Moreno. Por falar nisso onde está o menino? – Sorri. Mas a pergunta da minha colega despertou-me
porque queria saber ela do Rodrigo?
-O Rodrigo? – Perguntei inocentemente.
-Não. O “menino”. – Fez aspas com os dedos. Olhei para ela e não estava
a entender nada, não podia estar á espera do André, por isso queria mesmo
certificar-me que era mesmo dele que procurava. – O André Gomes tonta. – Sorri, mal sabia ela que as hipóteses de ser
mais que uma amiga dele eram nulas, ele e a Rita estavam perdidamente
apaixonados só eles é que ainda não tinha chegado a essa conclusão.
-Porque queres saber dele?
-Porque será Ana Patrícia? É super
bonito, é cá um pedaço e parece uma excelente pessoa, talvez quem saiba
possamos ser mais que amigos, quem sabe…
-Tu podes tentar ninguém te impede
mas aviso-te que não vais conseguir o menino está apaixonadíssimo e em breve
terá namorada porque é totalmente correspondido.
-E como é que tu sabes tanto?
-Porque o menino como tu e o Jorge
Jesus o chamam está completamente vidrado na minha prima e no meu priminho
David. E ela também está nele não quer é admitir é teimosa ela!
-Não fazia ideia desculpa! – Nalguma
coisa tinha de concordar ele era bonito mas ao lado do Rodrigo perdi-a o encanto,
aquele sorriso “bobo”, aquela energia característica, a sua boa disposição até
a sua maneira de ser era única! – Já cá
não está quem falou! E olha que é do menino, do Garay e do Rodrigo? – No
preciso momento em que ela pergunta aparece o Ezequiel, meu grande amigo e vem
para junto de nós e pergunta:
-Estavam a falar de mim meninas? – Sorrimos, apesar de ele ter a Tamara não deixava de
ter o seu encanto tinha de o admitir. –
Se estavam deixem-se falar bem de mim porque quero ouvir o quão maravilhoso eu
sou mas atenção que eu tenho a minha Tami. – Homem mais apaixonado que
aquele não havia.
-Não sejas convencido Ezequiel! Não
estávamos a falar só de ti estávamos a falar que tu, o André e o Rodrigo
estavam a demorar um tempão.
-O André Almeida já saiu há algum
tempo. – Eu sei disse
mentalmente. – O André Gomes decidiu
ficar a correr mais algum tempo porque nos últimos dias não tem andado muito
bem, tem andado abatido e triste, não merece coitado e no final vai falar com o
mister também. O Rodrigo vá-se lá saber o porquê de ter ficado mais tempo de
castigo com o mister.
-Conta-me lá se faz favor que hoje
a Ana decidiu não me contar nada em relação ao Rodri. – Disse num tom de voz mais fino a gozar comigo,
sabia perfeitamente que era a forma carinhosa com que o tratava.
-Ela e o Rodri passaram o treino todo em
sorrisinhos e a trocar olhares, claro que ninguém é estúpido e percebeu e claro
ele ficou de castigo mais um bocado no treino. – Sorri, mas desta vez de
vergonha.
-Isto anda muito avançado e eu não
sei de nada.
-Eu depois conto-te tudo que já vi
que ela anda tão apanhadinha que não anda a contar nada aos amigos. Bem mas eu
agora tenho de ir que a minha mulher está a minha espera. – Apesar de estarem casados há algum tempo ele
orgulhava-se muito de a chamar de “mulher”. Despediu-se de nós com 2 beijinhos
a cada e foi embora. Ainda esperei mais um pouco pelo André e pelo Rodrigo, o
primeiro a sair foi o meu “primo”, e ia passar por nós e nada dizer mas eu
chamei-o:
-André. – Ele voltou para trás e vinha
sério, vinha triste e abatido. – Explica-me
por favor o que se passou que a Rita não tem andado bem mas não me conta nada. –
Engoliu em seco e respondeu:
-Eu amo a tua prima e ela sabe perfeitamente
disso, e também amo o David muito mas a tua prima pediu-me um tempo e eu
respeito isso, mas as saudades não são fáceis de se controlar, quero muito
revê-los e cada vez que te vejo lembro-me deles, ela nunca vai deixar de ser a
minha pequenina sabes? E ele o piolho da minha pequena. Mas vou deixar que ela
entenda o que sente por mim sozinha e mesmo senão amar eu continuarei do lado
dela porque a amizade está acima de tudo.- Ele amava-a se eu tinha dúvidas
elas ficaram esclarecidas depois destas palavras, ela também o amava mas havia
tanto a impedi-los, mas compreendi-a amar não é fácil.
-Nestes últimos 3 dias tenho feito
tudo por ela, eu e o Rodrigo tomamos conta do menino de maneira a dar-lhe tempo
e espaço, perdeu a alma e o brilho característicos dela mas desde que te
reencontrou que tudo está mais brilhante, causaste uma felicidade nela fora do
vulgar, acho que até os olhos brilham quando fala de ti. Mas tenta entender ela
vocês conhecem-se há anos, são melhores amigos e ela tem um filho… Mas tenho o
feeling que não vai demorar muito tempo a descobrir o que sente por ti acredita
no que te digo.
-Espero bem que sim! Desculpa mas
agora tenho mesmo de ir porque o meu irmão Simão chega hoje. Manda um beijinho
meu e um gosto muito deles á Ritinha e ao David. – Deu-me um beijinho na testa, já aos meus primos
fazia o mesmo, quando sente algum carinho por uma pessoa assim o fazia, mas
claro os beijinhos que ele e a Rita trocavam eram outros, mas o carinho
especial que ele nutria pelo David era quase como de um filho, porque ele
amava-a e gostava muito dele não por ser filho da Rita mas sim enquanto menino
que era.
Ainda
fiquei no meu posto de trabalho mais uma hora que era a altura em acabava o meu
horário de trabalho, e o Rodrigo teimava em não aparecer, ainda fiquei mais um
pouco á espera dele, despedi-me da minha colega que a deixei ir embora mais
cedo porque queria ficar á espera dele mas ele teimava em não aparecer e ele
sabia perfeitamente a hora de saída do meu trabalho, nestes últimos dias
tínhamos passado os tempos todos juntos por causa do André e da Rita e por
consequência fiquei quase “responsável” pelo David porque ela não tinha energia
para tal, então dei-lhe todo o tempo e espaço. Ainda dei uma pequena arrumação
á secretária na esperança de dar ainda mais alguns minutos para o Rodrigo
aparecer, peguei na minha mala e já ia a caminho da saída quando oiço:
-Oi! – Olhei para trás e vi o Rodrigo. – Cê já vai embora sem mim? Pensava que íamos
buscar o seu primo David. – Veio até junto de mim abraçou-me e deu-me um
beijo na testa, claro que me queixei.
-Cê acha que isso é beijo? – Disse tentando imitar o seu sotaque brasileiro.
-Não tente imitar que o meu sotaque
é melhor! – Sorri enquanto ele
dizia aquelas palavras.- Quer um beijo
meu? – Senti-me corar, na verdade queria um beijo dele mas não queria
pedi-lo de forma tão direta. Por isso abanei lentamente a cabeça de cima para
baixo e ele beijou-me, mas foi um beijo tão calmo e apaixonado que me deixei
levar só acabou mesmo porque nos escasseava o ar. Apesar de já não ser o
primeiro beijo nosso ainda sentia tudo como se fosse. A sua língua invadiu a
minha boca e eu retribui completamente, cada vez me sentia melhor ao lado dele.
Assim que nos separamos, as nossas mãos cruzaram-se umas nas outras e ficamos
frente a frente, ele encostou o seu queixo á minha cabeça, eu não era muito
baixa mas ao lado dele era consideravelmente pequenina, as nossas mãos
continuavam cruzadas e estávamos encostados corpo a corpo, o meu coração batia descompensado,
eu gostava dele cada vez estava mais certa disso mas e se eu não estivesse
preparada para viver outra relação? Neste momento o que interessa é mesmo o
presente e o que sinto quando ao futuro olha logo se vê, e neste preciso
momento eu tenho mesmo é de ir buscar o meu priminho David, mas as forças
impediam-me. O seu coração batia tão ou mais forte que o meu, ele adorava-me…
Fechei ainda com mais força a minha mão na sua, fechei os olhos e encostei-me a
ele, ouvia-o respirar. O meu coração cada vez batia mais rápido e
descompensado, parecia que me sai-a pela boca, e ficamos assim durante algum
tempo até que ouvimos um telemóvel tocar, não, por favor agora não, não quero
interromper o momento com o Rodrigo!
The day I first met you
You told me you'd never fall in love
But now that I get you
I know fear is what it really was
Now here we are, so close, yet so far
Haven't I passed the test.
When will you realize
Baby i'm not like the rest” Demi Lovato - Give YourHeart a Break
Mas
com aquele toque só podia ser da minha prima Rita e claro estava na hora de ir
buscar o piolho por isso tive mesmo de me separar dele e ir até á mala e
atender, embora não estivesse com cabeça para isso minimamente:
-Diz Rita. – A minha vontade era de desligar o telemóvel e ficar
outra vez com o Rodrigo mas não podia ser.
-Que alegria e boa disposição
priminha! – Disse num tom
sarcástico.
-Tens andado assim nos últimos dias por isso
aguenta-te! – Secalhar fui demasiado má e direta mas saiu-me pela boca sem
pensar e claro arrependi-me logo e pedi desculpa. – Desculpa Rita mas não ligaste mesmo em boa altura.
-Secalhar eu merecia mesmo ouvir
isso para abrir os olhos! – Fiquei
espantada com as suas palavras.
– Desculpa
ter interrompido o que estavas a fazer mas só queria saber se já estás com o
pequeno.
-Não, estou agora a sair do Caixa
com o Rodrigo e vou buscar o menino e depois vamos para casa. – O Rodrigo sussurrou-me:
-Cê e seu primo vão jantar a minha
casa.
-E quem disse que eu aceitava? – Ele
sorriu e eu perdi as minhas (poucas) autodefesas. – Mudança de planos, vou buscar o David e depois vamos jantar fora os
3.
-Escusado será perguntar qual é o
terceiro elemento. – O Rodrigo
cruzou as nossas mãos. – Também vou
passear sozinha por isso até agradeço que fiquei com o menino. Ai o meu menino!
– Disse a suspirar, para todos era claro que a quem a que ela se referia
como o “meu menino” nesta circunstância, ao André, porque o Jorge Jesus o trata
mesmo assim!
-Sim priminha já sei que estás entretida em
pensamentos por isso vê lá o que fazes que eu também não sei o que vou fazer.
Beijinhos pota bem que a Ana tem de ir tratar dos seus meninos!
-Xau beijinho pota bem! – Era exatamente assim que o David se despedia das
pessoas no seu tom reguila mas doce típico de um menino de 2 anos. Desligamos a
chamada e aproximei-me outra vez do Rodrigo e fomos buscar o piolho. No carro
dele, isto porque até já tinha comprado uma cadeirinha de bebé para o seu carro
para transportar o pequeno. O caminho foi feito entre momento de silêncio
comprometedor entre nós e momentos de pura brincadeira, perdidos em
brincadeiras ou até mesmo numa música que passou na rádio que conhecíamos e só
pelo tom era bastante divertida:
One, two, one, two, three
Oh yeah yeah
Oh yeah yeah yeah
Ooh!
Oh yeah yeah
Oh yeah yeah yeah
Ooh!
Never had much faith in love or miracles
Never wanna put my heart on the line
But swimming in your world is something spiritual
I'm gonna get every time you spank the night (Bruno Mars Locked Out Of Heaven)
Acabei por ir
buscar o pequeno enquanto ele ficou no carro para não ser reconhecido, ele
gostava que o conhecessem porque era sinal que tinha ficado preso á memória dos
benfiquistas mas para preservar o pequeno, tinha medo que fosse alvo de
chacota, afinal não era todos os meninos que podiam dizer que conheciam o
Rodrigo Moreno do Benfica e conviviam com o “menino” André Gomes. Voltamos para
o carro e o menino ficou muito alegre assim que lhe disse que íamos jantar com
o Rodrigo, e assim que o viu deu-lhe muitos beijinhos e abraços talvez já
começasse a gostar dele… Quem sabe?! O Rodrigo começou a conduzir em direção a
sua casa que para mim também era incógnito o local, o rádio ia desligado porque
o David muito falava connosco, entre perguntas que nos deixavam sem respostas e
momentos de diversão acabou por dizer:
-Godigo culpa po eu te dito que não gotava de
ti eu goto muito tu és divetido quia só binca contigo! Desculpas? – Melhor frase vinda daquele menino não podia
ter havido, ele tinha mesmo o dom de me surpreender!
-Sim mas cê tem de prometer que toma conta da
sua prima por mim! – Sorri.
-Pometo! Vamos toma conta da piminha que ela
não tem juízo! – Não
conseguimos não sorrir os 3.
-Pima tu e o Godigo dão beijinhos á pocos
como a mamã e o Gomas? E são namoados? – O silêncio apoderou-se daquele
carro, não sabíamos o que responder, eu e o Rodrigo trocamos um curto olhar
cúmplice porque não sabíamos o que responder e ele conduzia o carro. Dei
permissão ao Rodrigo para responder e ele assim o fez…
Que terá respondido Rodrigo?
Que impacto terá na vida deste “casal”? Como será que David reagirá?
isto está a ficar quentinho
ResponderEliminarcontinuem sff
amei <3
ResponderEliminarmais, por favor...
continua...
beijinhos :*