Não,
não podia ser. Não queria acreditar no que os meus olhos viam, preferia
acreditar que fosse apenas obra da minha imaginação, era difícil acreditar que
estava a acontecer. Não, não era o André apenas em boxers, ou com uma surpresa
para mim, no meu íntimo desejava que fosse, gostava e queria que ele me
provocasse mais um suspirar, mais um bater mais forte do meu coração. Mas não.
Pela pessoa que acabara de tocar á campainha mas facilmente provocava essa
reação na minha prima Ana. Era nem mais nem menos que o Rodrigo! Abri a porta e
cumprimentei o Rodrigo, deixei um espaço para ele entrar e fomos até ao sofá da
sala, instalamo-nos e ele perguntou:
-Que é da tonta da sua prima? – Os meus sentidos diziam-me que havia algo que não
sabia. A Ana estava diferente, estava estranha, e logo depois do jantar foi
dormir, o que não é comum. Podia ser cansaço, mas eu conheço-a bem, sei que não
era essa a razão para a sua maneira de estar hoje. Mas decidi não pressioná-la,
só falaria quando assim o desejasse.
-Está no quarto a dormir com o meu
filho. – Notei o seu ar
desapontado. – Queres contar-me o que se
passou entre vocês Rodrigo? E não me digas que não se passou nada porque já vos
conheço. – Já que a curiosidade fervilhava em mim, ou melhor estava a
morrer de curiosidade e a minha prima não me contava mais valia fazer um pouco
de “chantagem” com o Rodrigo para ambos obtermos o que queríamos. Mas assim que
ele abre a boca para me responder, tocam á campainha. Toquei na perna dele e
disse. – Espera só um pouco que vou á
porta que deve ser o André. – Levantei-me e fui até á porta, abri e estava
destinado. Hoje não era mesmo o dia de encontrar o André, era pois o
administrador do prédio onde vivia.
-Boa noite menina Rita, vim só perguntar se
já pagou o condomínio deste mês. – Acenei negativamente com a cabeça e
respondi:
-Não senhor João, mas espere só um pouco que
vou buscar o dinheiro e já lhe dou. – Encostei a porta, fui até á minha
carteira e levei o dinheiro até ao senhor, fechei a porta quase sem dar tempo
para que me respondesse, voltei para a sala e para junto do Rodrigo e fiz-lhe
um sinal para que continuasse.
-Estive tanto tempo a pensar em
como beijar e dizer á sua prima o quanto gosto dela e depois quando vivi o
momento nada fiz. Eu preciso de dizer o quanto gosto dela. – Não sabia o que fazer, ou como reagir. Sou sincera,
nunca imaginei que soubesse do primeiro beijo deles através do Rodrigo, mas
entendi, a Ana precisava de tempo para digerir todos aqueles sentimentos. Não
fiquei desiludida, fiquei um pouco triste por sabê-lo através dele. Tocaram
novamente á campainha, levantei-me e comecei a resmungar…
-Mas eu não posso ouvir o rapaz em paz? Quem
é desta vez? Mas que raio é que me querem? – Abri a porta e sem pensar
continuei. – Não me largam a saia! –
Era o André que estava do outro lado da porta, olhou-me com um ar desapontado.
-Pensava que querias muito
rever-me. – Fez o beicinho mais
triste que os meus olhos já admiraram, e para quem tem um filho de dois anos
não era algo fácil de bater. Abracei-o com firmeza, coloquei as mãos sobre as
suas costas. Fechei-as. Fiz força e sussurrei:
-Desculpa tu não tens culpa
nenhuma. A culpa é do Rodrigo e da Ana. –
Ele separou os nossos corpos daquele abraço e deu-me um embrulho. Dei-lhe a mão
e levei-o até á sala enquanto estava entretida a olhar para o embrulho.
Sentamo-nos ao lado do Rodrigo e abri a prenda. Era uma moldura de uma
fotografia que tinha tirado depois do nascimento do David, quando era ainda um
bebé pequeno, uma fotografia tirada pelo André e que apenas ele tinha o
exemplar único. Só a tinha visto uma vez na minha vida mas memorizei-a. Era uma
fotografia minha a brincar com o meu filho, que estava divertido, notava-se
pelo sorriso nos nossos lábios. Sorri e abracei-o e disse:
-Obrigada. – Dei-lhe dois beijinhos, um
na bochecha, significando a nossa amizade e outro no canto dos lábios
significando tudo aquilo que estávamos a viver desde o nosso reencontro.
-As surpresas não se ficam por aqui pequena.
Toma. – Tirou do bolso esquerdo das suas calças gangas escura um papel e
deu-me, li-o em voz alta:
“Sei que esta surpresazinha é
simples mas é apenas uma recordação das pessoas que mais significado têm para
mim neste momento, a minha pequenina e o meu piolho lindo! Beijinhos gosto
muito, muito de vocês <3"
Abracei-o
como nunca antes o tinha feito, dei-lhe um beijo no pescoço, bem perto da gola
da sua camisola e sussurrei mais um “obrigada” ao ouvido. Ao qual ele respondeu
com um simples: “Tu mereces”. Aquele homem é realmente impecável, não só
mima-me como dá valor ao meu filho, que é a pessoa mais importante da minha
vida. O Rodrigo acabou por interromper o momento e dizer:
-Cê não se importa que dura no seu sofá esta
noite? Quero falar com a sua prima e cê não deixa falar hoje e assim logo pelo
café da manhã falo. Posso? – Não sabia o que responder mas acabei por
fazê-lo, eu sabia bem o significado de amar, não só pelo amor que sinto como
mãe mas como um amor que já bateu forte no meu coração. Respondi:
-Por mim podes, mas não sei se a Ana vai
achar piada. Tens aí almofadas e mantas, se precisares eu e o André estamos no
quarto. – Ele acenou positivamente com a cabeça e fui com o meu melhor
amigo até ao quarto. Pousei a moldura com a fotografia na minha mesinha de
cabeceira e o André sentou-se na minha cama, pousei a minha cabeça na sua perna
e enquanto ele me fazia carícias numa bochecha, eu fazia círculos na sua perna,
sobre as suas calças. O silêncio não aterrador, era o silêncio de quem não
conseguia traduzir o que vivíamos, era um silêncio de quem queria apenas
sentir-se bem com aquela paz que nos transmitíamos mutuamente, ouvia-se o nosso
respirar. Até que ele pergunta:
-Pequenita já que já é tarde e estou super
curioso para saber o que se vai passar amanhã com a tua prima e o meu amigo…
Será que é muito incómodo pedir para dormir cá só esta noite? – Não era a
primeira vez que eu e ele dormíamos na mesma casa mas desta vez, era diferente,
era estranho, tudo estava diferente desde essa vez.
-Claro que podes tonto. Eu durmo na
caminha do David e tu dormes nesta. A Ana está com o menino no quarto dela e o
Rodrigo no sofá, não te preocupes que não dás incómodo nenhum. – Sorri, avisei-o que ia vestir o pijama na casa de
banho e fi-lo. Cheguei ao quarto novamente e ele já estava a dormir
pacificamente na cama, as suas roupas estavam sobre o puf do meu quarto, bem
dobradas e cuidadas como ele era, bem organizado. Aproximei-me dele e dei-lhe
um beijo na testa e sussurrei num tom que para mim foi difícil ouvir:
-Gosto muito, muito de ti meu rei. – Ele
abriu os olhos e sorriu, abriu as mantas e convidou-me para me deitar junto
dele. Fiquei perplexa. Não sabia se o aceitar ou não, não esperava, mas ele
interrompe o meu pensamento e diz:
-Somos amigos, conhecemo-nos desde sempre,
por isso não faz mal nenhum e ninguém o vai saber princesa. Dormirmos juntos e
assim até estamos mais quentinhos. – Depois daquelas palavras já sabia bem
o que lhe responder, já tinha tomado a minha decisão e não havia volta a dar.
Qual
terá sido a decisão de Rita?
E
o que mudará no futuro daquela relação? Será que no dia seguinte assumiram o
que sentem mais que uma amizade?
Adorei
ResponderEliminarAdorei!
ResponderEliminarQuero mais!!!
Bjokinhas
Mariaa
fantastico...
ResponderEliminarquero mais...
continua...
Hola guapas :D
ResponderEliminarAi que eu tava a ver que o raio do André "Gomas" não aparecia xD
AMEI *.* Oh, adorei a surpresa do André para a Ritinha, tanto fofo o menino!
Agora quero muito o próximo para saber qual a reação da Ana ao facto do Rodrigo ter dormido lá em casa e como vai correr a conversa entre os dois e claro quero muito saber se a Rita vai aceitar dormir ou não com o Andrézito xD
Rápido, sff :p
Beijinhos
Beatriz