domingo, 6 de janeiro de 2013

Capítulo 14: "Pensava Que Querias Muito Rever-me"

(Rita)

Não, não podia ser. Não queria acreditar no que os meus olhos viam, preferia acreditar que fosse apenas obra da minha imaginação, era difícil acreditar que estava a acontecer. Não, não era o André apenas em boxers, ou com uma surpresa para mim, no meu íntimo desejava que fosse, gostava e queria que ele me provocasse mais um suspirar, mais um bater mais forte do meu coração. Mas não. Pela pessoa que acabara de tocar á campainha mas facilmente provocava essa reação na minha prima Ana. Era nem mais nem menos que o Rodrigo! Abri a porta e cumprimentei o Rodrigo, deixei um espaço para ele entrar e fomos até ao sofá da sala, instalamo-nos e ele perguntou:

-Que é da tonta da sua prima? – Os meus sentidos diziam-me que havia algo que não sabia. A Ana estava diferente, estava estranha, e logo depois do jantar foi dormir, o que não é comum. Podia ser cansaço, mas eu conheço-a bem, sei que não era essa a razão para a sua maneira de estar hoje. Mas decidi não pressioná-la, só falaria quando assim o desejasse.

-Está no quarto a dormir com o meu filho. – Notei o seu ar desapontado. – Queres contar-me o que se passou entre vocês Rodrigo? E não me digas que não se passou nada porque já vos conheço. – Já que a curiosidade fervilhava em mim, ou melhor estava a morrer de curiosidade e a minha prima não me contava mais valia fazer um pouco de “chantagem” com o Rodrigo para ambos obtermos o que queríamos. Mas assim que ele abre a boca para me responder, tocam á campainha. Toquei na perna dele e disse. – Espera só um pouco que vou á porta que deve ser o André. – Levantei-me e fui até á porta, abri e estava destinado. Hoje não era mesmo o dia de encontrar o André, era pois o administrador do prédio onde vivia.

-Boa noite menina Rita, vim só perguntar se já pagou o condomínio deste mês. – Acenei negativamente com a cabeça e respondi:

-Não senhor João, mas espere só um pouco que vou buscar o dinheiro e já lhe dou. – Encostei a porta, fui até á minha carteira e levei o dinheiro até ao senhor, fechei a porta quase sem dar tempo para que me respondesse, voltei para a sala e para junto do Rodrigo e fiz-lhe um sinal para que continuasse.

-Estive tanto tempo a pensar em como beijar e dizer á sua prima o quanto gosto dela e depois quando vivi o momento nada fiz. Eu preciso de dizer o quanto gosto dela. – Não sabia o que fazer, ou como reagir. Sou sincera, nunca imaginei que soubesse do primeiro beijo deles através do Rodrigo, mas entendi, a Ana precisava de tempo para digerir todos aqueles sentimentos. Não fiquei desiludida, fiquei um pouco triste por sabê-lo através dele. Tocaram novamente á campainha, levantei-me e comecei a resmungar…

-Mas eu não posso ouvir o rapaz em paz? Quem é desta vez? Mas que raio é que me querem? – Abri a porta e sem pensar continuei. – Não me largam a saia! – Era o André que estava do outro lado da porta, olhou-me com um ar desapontado.

-Pensava que querias muito rever-me. – Fez o beicinho mais triste que os meus olhos já admiraram, e para quem tem um filho de dois anos não era algo fácil de bater. Abracei-o com firmeza, coloquei as mãos sobre as suas costas. Fechei-as. Fiz força e sussurrei:

-Desculpa tu não tens culpa nenhuma. A culpa é do Rodrigo e da Ana. – Ele separou os nossos corpos daquele abraço e deu-me um embrulho. Dei-lhe a mão e levei-o até á sala enquanto estava entretida a olhar para o embrulho. Sentamo-nos ao lado do Rodrigo e abri a prenda. Era uma moldura de uma fotografia que tinha tirado depois do nascimento do David, quando era ainda um bebé pequeno, uma fotografia tirada pelo André e que apenas ele tinha o exemplar único. Só a tinha visto uma vez na minha vida mas memorizei-a. Era uma fotografia minha a brincar com o meu filho, que estava divertido, notava-se pelo sorriso nos nossos lábios. Sorri e abracei-o e disse:

-Obrigada. – Dei-lhe dois beijinhos, um na bochecha, significando a nossa amizade e outro no canto dos lábios significando tudo aquilo que estávamos a viver desde o nosso reencontro.

-As surpresas não se ficam por aqui pequena. Toma. – Tirou do bolso esquerdo das suas calças gangas escura um papel e deu-me, li-o em voz alta:

“Sei que esta surpresazinha é simples mas é apenas uma recordação das pessoas que mais significado têm para mim neste momento, a minha pequenina e o meu piolho lindo! Beijinhos gosto muito, muito de vocês <3"

Abracei-o como nunca antes o tinha feito, dei-lhe um beijo no pescoço, bem perto da gola da sua camisola e sussurrei mais um “obrigada” ao ouvido. Ao qual ele respondeu com um simples: “Tu mereces”. Aquele homem é realmente impecável, não só mima-me como dá valor ao meu filho, que é a pessoa mais importante da minha vida. O Rodrigo acabou por interromper o momento e dizer:
-Cê não se importa que dura no seu sofá esta noite? Quero falar com a sua prima e cê não deixa falar hoje e assim logo pelo café da manhã falo. Posso? – Não sabia o que responder mas acabei por fazê-lo, eu sabia bem o significado de amar, não só pelo amor que sinto como mãe mas como um amor que já bateu forte no meu coração. Respondi:

-Por mim podes, mas não sei se a Ana vai achar piada. Tens aí almofadas e mantas, se precisares eu e o André estamos no quarto. – Ele acenou positivamente com a cabeça e fui com o meu melhor amigo até ao quarto. Pousei a moldura com a fotografia na minha mesinha de cabeceira e o André sentou-se na minha cama, pousei a minha cabeça na sua perna e enquanto ele me fazia carícias numa bochecha, eu fazia círculos na sua perna, sobre as suas calças. O silêncio não aterrador, era o silêncio de quem não conseguia traduzir o que vivíamos, era um silêncio de quem queria apenas sentir-se bem com aquela paz que nos transmitíamos mutuamente, ouvia-se o nosso respirar. Até que ele pergunta:

-Pequenita já que já é tarde e estou super curioso para saber o que se vai passar amanhã com a tua prima e o meu amigo… Será que é muito incómodo pedir para dormir cá só esta noite? – Não era a primeira vez que eu e ele dormíamos na mesma casa mas desta vez, era diferente, era estranho, tudo estava diferente desde essa vez.

-Claro que podes tonto. Eu durmo na caminha do David e tu dormes nesta. A Ana está com o menino no quarto dela e o Rodrigo no sofá, não te preocupes que não dás incómodo nenhum. – Sorri, avisei-o que ia vestir o pijama na casa de banho e fi-lo. Cheguei ao quarto novamente e ele já estava a dormir pacificamente na cama, as suas roupas estavam sobre o puf do meu quarto, bem dobradas e cuidadas como ele era, bem organizado. Aproximei-me dele e dei-lhe um beijo na testa e sussurrei num tom que para mim foi difícil ouvir:

-Gosto muito, muito de ti meu rei. – Ele abriu os olhos e sorriu, abriu as mantas e convidou-me para me deitar junto dele. Fiquei perplexa. Não sabia se o aceitar ou não, não esperava, mas ele interrompe o meu pensamento e diz:

-Somos amigos, conhecemo-nos desde sempre, por isso não faz mal nenhum e ninguém o vai saber princesa. Dormirmos juntos e assim até estamos mais quentinhos. – Depois daquelas palavras já sabia bem o que lhe responder, já tinha tomado a minha decisão e não havia volta a dar.


Qual terá sido a decisão de Rita?
E o que mudará no futuro daquela relação? Será que no dia seguinte assumiram o que sentem mais que uma amizade?

4 comentários:

  1. Adorei!
    Quero mais!!!
    Bjokinhas
    Mariaa

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  2. fantastico...

    quero mais...

    continua...

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  3. Hola guapas :D

    Ai que eu tava a ver que o raio do André "Gomas" não aparecia xD
    AMEI *.* Oh, adorei a surpresa do André para a Ritinha, tanto fofo o menino!

    Agora quero muito o próximo para saber qual a reação da Ana ao facto do Rodrigo ter dormido lá em casa e como vai correr a conversa entre os dois e claro quero muito saber se a Rita vai aceitar dormir ou não com o Andrézito xD
    Rápido, sff :p

    Beijinhos
    Beatriz

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