domingo, 13 de janeiro de 2013

Capitulo 17: "Somos só amigos"


(Rita)

Fomos para a sala e o Rodrigo e a minha prima estavam a falar e decidi em conjunto com o André dar-lhes privacidade, mas ainda era cedo, bastante cedo mas como não poderia ficar em casa acabei por sair com os meus homens para destino incerto. Saímos de casa e do prédio e já na porta o André pega no David ao colo e dá-lhe um beijinho e pergunta para mim e para o piolho:

-Que é que acham os meus amores de irmos até minha casa? – Não esperava aquele convite mas era tão cedo e não ia ficar na rua com o meu filho num frio dia de Inverno. O David acena muito alegre com a cabeça e respondeu:

-Shim Andé, shim! – E depois daquela resposta muito pronta do David não poderia recusar. O André olhou para mim á espera que respondesse, acabei por o fazer sem pensar:

-Mesmo se dissesse que não já não poderia fazer nada por isso vamos lá. – Tirei o David do colo do “Gomas” e ia coloca-lo á cadeirinha quando o menino pergunta:

-Oh mãe posso ir no popó com o Gomas? 

-E a mãe vai sozinha? – Perguntei eu enquanto o André assistia á conversa e decidiu meter-se:

-Claro que não vais sozinha tolinha. – Colocou-se atrás de mim quando tirava o cinto ao David e colocou as mãos sobre a minha barriga, sentia o seu toque que me fazia arrepiar, senti um arrepio atravessar-me a espinha. – Vais no carro comigo e com o príncipe e assim já não vais sozinha.

-Vocês uniram-se os dois contra mim, foi? – Os dois acenaram positivamente com a cabeça. Cada um deu-me um beijinho numa bochecha. Sorri, era muito importante eles dois serem amigos porque no futuro quem sabe não seriam padrasto e enteado.
Peguei na cadeirinha e instalei-a no carro do André, que era… Diferente do meu! Era mais potente, maior e mais caro. Não que não goste do meu aliás adoro mas era como comparar algo incomparável era como parar o dia e a noite. Sentamo-nos e pusemo-nos em condições, o André ligou o rádio e estava a passar música diferente da que o David estava habituado a ouvir, não era mais animada mas era mais calma e a letra era mais forte, Jason Mraz ft Colbie Caillat – Lucky.
O David estava a brincar com um brinquedito e a dançar a música, eu cantava sempre o refrão, não aguentava não o fazer. Aquela música retratava um amor entre amigos. Um amor entre melhores amigos, já a conhecia, mas nunca pensei que se adequa-se tanto a uma fase da minha vida. Se calhar ainda me custa admitir que talvez eu e o meu melhor amigo gostamos um do outro desta forma especial. Talvez ainda não esteja apaixonada, mas já sinto aquelas “borboletas” no coração e quando ele me beija sinto-me nas nuvens, quando ele trata o meu filho como sendo seu eu sinto que realmente somos uma família, quando esta noite dormimos lado a lado eu senti algo que nunca tinha sentido por ele. O André atreve-se a cantar algumas estrofes de que pertenciam ao Jason Mraz, embora as cantasse baixinho e só eu e ele ouvíamos era o suficiente para o meu coração bater como se não houvesse amanhã. Cantava num tom angelical:

«They don't know how long it takes
waiting for a love like this
Every time we say goodbye
I wish we had one more kiss
I'll wait for you I promise you, I will

And so I'm sailing through the sea
To an island where we'll meet
You'll hear the music, fill the air
I put a flower in your hair» Jason Mraz ft. Colbie Caillat - Lucky

Antes da música terminar o David diz:

-Mamã poque tão a canta esta música? – Olhei para trás e observei muito curioso com os seus brinquedos e com tudo o que o rodeava.

-Porque a mamã gosta muito dela e o André cantou porque é um pateta! – O André sorriu. 

-Oh mãe não chames isso ao Andé poque eu goto muito dele! – Cruzou os braços e fez “trombinhas”. – E tu mamã gotas dele como gotas de mim? – Perguntou curioso. Aquele menino hoje estava com muitas perguntas hoje. O André olhou pelo canto do olho embora ainda conduzisse estava a ouvir toda aquela conversa, colocou a música o mais baixo possível para ouvir a resposta.

-São gostares diferentes, meu bem. Tu és meu filho eu amo-te muito, muito és o meu orgulho, o meu grande amor e és o meu filho favorito! – Disse de forma cómica.

-E único! – Concluiu o André.

-Gosto muito, muito do André. – Disse pausadamente. – Conheço-o desde que me lembro, é uma excelente pessoa, um grande homem, o meu melhor amigo, o meu fiel companheiro. – Eu e ele trocamos olhares cúmplices, como o carro já estava estacionado pudemos fazê-lo confortavelmente. – Mas sabes meu amor tive muito tempo sem ver o André e agora que nos reencontramos o sentimento aumentou, gosto ainda mais dele. – Dei-lhe um beijo na bochecha e ele colocou a mão sobre o meu soutien, mas sobre a t-shirt. Arrepiei-me. Coloquei a minha mão sobre o seu peito e quando ele já se afastava puxei-o contra mim e dei-lhe um beijo bem no canto dos lábios. Ele cruzou as nossas mãos, corei como se tornava cada vez mais hábito nas mãos do André. Ele afastou-se, não teria coragem de o fazer, precisava cada vez mais dele de uma forma invulgar, não o amava e de qualquer forma que fosse não estava apaixonada por ele nutria pois um sentimento muito, muito especial. Saímos do carro e o André levou-nos até sua casa, um prédio novo com excelente aspecto  com porteiro á porta que nos falou educadamente, acabamos por subir até á casa do André, era grande e estava arrumada, o David estava deliciado com tudo aquilo, sempre o eduquei para dar valor a pouco, mas o menino gosta de surpreender e depois de ver o quarto do André e de pular na cama animado acaba por perguntar algo que me deixou sem reacção por diversos motivos:

-Mamã, Dê… - Eu e o André estávamos lado a lado e o seu braço passava sobre os meus ombros e o meu braço direito agarrava-o pela cintura, mas fazíamos tudo para o David não ver, por isso estávamos encostados ao sofá. – Posso vive aqui? 

-E vivias aqui só tu e o Dê? – Perguntei eu colocando a mão sobre a perna do David e olhei-o olhos nos olhos.

-Não mamã tu vinhas vive comigo e com o Gomas. Eu domia no quato sozinho e tu domias no quato com o matulão. – Rimo-nos todos. Queria repreendê-lo mas não tive coragem.

-E deixavas a Ana viver sozinha? – Perguntei depois de muito nos rirmos.

-Não mamã ela vinha vive connosco ou ia vive com o Godigo que eles são namoados. 

-Eles não são namorados Dádá. – Respondi eu calmamente.

-Por enquanto. – Disse baixinho o André baixinho mas suficiente audível para todos na sala o ouvirmos.

-E você pouco barulho! – Disse dando um beijo na bochecha do André. – E olhe levante-me esse rabo do sofá e vá-me vestir uma roupa diferente seu porquito. – Sorriu e os dois “Homens” começaram a fazer-me cócegas na barriga, não tinha como me defender mas o David acabou por desistir porque começou o programa que ele tanto gostava. O André levantou-se deu-me a mão e fez-me arrastá-lo até ao quarto, seguiu-o agarrada á sua mão e só tenho tempo de avisar o meu filho entre o caminho que duvido que tivesse ouvido porque estava demasiado concentrado nos bonecos:

-Filho vou á casa de banho e já volto. – Não era verdade mas não lhe ia dizer que ia atrás do André para o quarto para se vestir. 
Assim que chegamos ao quarto ele atira-me para cima da cama que era bem grande e confortável, senta-se ao meu lado e começa-me a fazer cócegas. Entre muitas brincadeiras também lhe faço cócegas, mas o momento acaba virado ao contrário, as ingénuas brincadeiras de amigos tornaram-se em momentos sinceramente românticos. Estava deitada de lado e ele á minha frente, beijávamo-nos várias vezes, umas vezes de formas mais frenética, outras de forma mais calma. As minhas mãos estavam no seu peito e as suas estavam nas minhas ancas, mas apesar de estarmos deitados em cima da cama o momento não pedia mais nada do que aqueles beijos. Já não conseguia recusar, eu precisava daqueles beijos, talvez não fosse seguro porque o David podia aparecer a qualquer momento mas eu necessitava de todos aqueles beijos para me sentir feliz. Depois de muitos beijos ora mais curtos ora mais compridos o André sussurra-me:

-As mais bonitas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar. – Junta as nossas mãos e olha-me atentamente durante bastante tempo. Demos um beijo rápido e ouvimos alguém tossir á entrada do quarto. Logo nos separamos e eu levanto-me para ir ter com o Dádá só podia ser ele. Dar-lhe uma justificação do que tinha visto. O André seguiu-me e baixamo-nos colocamo-nos ao lado e há mesma altura do pequeno e eu digo:

-David isto não é nada do que estás a pensar. – Eles olharam-me pensativos. – Eu e o André somos só amigos. – Notei o ar de desapontado dos meus homens. Para acalmar o André fiz as “aspas” com os dedos, éramos amigos sim mas a nossa definição de amigos era diferente da grande maioria. Não sabia o que fazer, reagi a quente e desapontei neste momento os dois homens mais importantes da minha vida, mas não havia mais nada a fazer, tinha de ser mais valia fazê-los sofrer desta vez, era o mais certo a fazer. 

Como irá ficar a relação de Rita e André destas palavras?
Como reagirá David? Será que irão fazer a vontade ao pequeno e viverem juntos?

5 comentários:

  1. Gostei muito! Estou a adorar esta história! Quero muito o próximo!
    Beijinhos*
    Mónica

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  2. Olá!!
    ADORAMOS!
    Sim porque li este capitulo acompanhada pela Marta (companheira de uma das minhas fic´s) e só queremos o mais e próximo!!! :P
    Beijinhos
    Rita e Marta

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