quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Capítulo 11: “Tá bem mamã mas podias gosta do Andé”




(Rita)

“Para: O Meu Homem
O nosso reencontro foi realmente muito especial basta estares presente para tudo se tornar perfeito! Obrigada eu por seres tu mesmo de uma forma muito especial estás cada vez mais giro e melhor pessoa :) Quanto ao David sim dizem que é parecido comigo por isso é que é lindo :b Á coisas que não mudam com o tempo mas há sentimentos que mudam com o tempo! Sim podemos combinar qualquer coisa basta ligares-me quando puderes e combinamos. Beijinhos (e sim também quero repetir os nossos beijinhos) mas com calma quero levar tudo com calma… Te adoro matulão, meu homem <3”

Coloquei o despertador para me despertar às 6h40, a segunda-feira é sempre um dia muito atarefado para mim, saiu de casa às 7h40, e vou á primeira casa do dia onde fico até às 8h50, depois vou para a creche onde fico até às 17h, quando saiu vou até casa de uma senhora fazer as refeições para o resto da semana, quando estiver pronta, o que normalmente acontece às 19h e vou até casa, preparar o jantar e tratar de algumas lidas domésticas, é o dia mais completo da semana, não consigo ter descanso, por isso se quiser rever o André será enquanto preparo o jantar, durante o próprio ou depois de deitar o David. Embora ainda tenha demorado algum tempo a adormecer, sentia-me feliz, muito feliz como não me sentia há muito tempo, é um amor diferente daquele que sinto pelo meu filho, ou talvez não seja amor, é só uma sensação diferente do reencontro, ele causou sentimentos em mim que nunca antes tinha causado, adormeci perdida em pensamentos.
Acordei com o despertar do telemóvel, às 6h40 da manhã, espreguicei-me e bocejo, acordo o David que se senta na cama e me dá um beijinho, vai até ao chão e eu sigo-o, tomamos banho e depois vamos até ao quarto vestirmo-nos, como a época era de um frio um tanto desagradável e eu queria vestir algo diferente sem ser umas calças e uma camisola, acabo por escolher um vestido azul que não é muito comum usar, isto porque hoje quero usar algo… Diferente! Calço uns sapatos que trouxe da vez em que vim do Norte, tinha lá guardados porque não os usava mas quando os reencontro gostei tanto deles que os trouxe, pego numa pequena mala só para colocar o meu telemóvel, a minha carteira e as chaves e também os óculos de sol. O David acaba por vestir uma roupa bastante bonita e simples, mas ao mesmo tempo masculina, gosto que o meu filho se vista bem, o que significava com estilo. 



Preparo a mochila da creche do menino, com as fraldas, com alguns brinquedos, uma roupa suplente e pouco mais, depois preparo o pequeno-almoço para três pessoas, porque embora a Ana fique a dormir até mais tarde gosto sempre de lhe deixar um miminho, despacho-me mais cedo do que é costume, talvez porque hoje estou especialmente animada, e por incrível que pareça ainda não pensei no André…Bolas! Tinhas mesmo que pensar nele?! Sim, é normal que pense nele: na sua beleza, no seu charme, no seu olhar ui… Como é possível ele ser humano?! A sério Rita? Ele é teu amigo, fiel companheiro, quase irmão e tu reparas até nos abdominais e ai que abdominais! E aqueles lábios? Quero poder voltar a dar-lhe um beijo e a agarrá-lo, a senti-los nos meus braços, ai que vontade incontrolável! Não vais fazer nada e vais-te controlar porque és uma mulher humana e é impossível que sejam causados em ti este tipo de sentimento, ele é simplesmente humano e um rapaz que é uma excelente pessoa e tem tanto de boa pessoa como de bonito, aquele olhar lindo e muito expressivo, aquela barba quando tocava na minha face e os seus lábios quando tocavam nos meus faziam-me delirar mas eu tenho de me concentrar, eu não sinto nada para além de uma amizade por isso vou concentrar-me nisso mesmo, quanto ao futuro quero levar tudo com muita calma, pensar antes de o fazer, e só depois de estar tudo bem claro na minha cabeça é que pretendo começar uma relação e com o André tenho muitas reticências, somos amigos, bons velhos amigos, fiéis companheiros e quase irmãos.
Saiu de casa um pouco mais cedo do que é costume, estava muito animada para uma segunda-feira e o David até estava bem-disposto, algo que não é muito comum a uma segunda-feira mas com tantas horas de sono que ele teve acaba por ser compreensivo. Estaciono o carro ao pé da casa da minha primeira patroa de hoje, chego um pouco mais cedo e enquanto o meu filho brinca na sua cadeirinha com os brinquedos, eu ligo o rádio e mando uma mensagem ao André:

“Para: O Meu Homem
Bom dia meu homem! Não sei se ainda estás a dormir ou se estás acordado mas já sabes para manter tudo em ordem há que levantar cedo até a uma segunda :c Quando puderes liga-me para combinarmos qualquer coisa… Bom treino e bom dia beijinhos :) Te adoro matulão <3 Beijinhos meus do David e de certeza que a Ana também mandava se estivesse ao pé de nós. Até logo!

Começa a tocar uma música que embora já tenha algum tempo continuo a apaixonar-me por ela, do Jason Mraz e da Colbie Caillat –Lucky, a letra é fantástica, a música também e a canção tem um gosto especial…


Boy I hear you in my dreams
I feel you whisper across the sea
I keep you with me in my heart

Lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again

Every time we say goodbye
I wish we had one more kiss

Acompanho a canção a cantar, embora não tenha muito talento sempre gostei de cantar e claro o David fica sempre muito entretido a brincar e a cantarolar uma música infantil. Quando a música acaba o meu telemóvel toca, olha para o visor era o André, atendo num instante e digo:

-Bom dia dorminhoco! – Disse bem-disposta.

-Bom dia madrugadora! – Disse também bem-disposto. – Estás boa? E o David?

-Sim, apesar de ter de acordar cedo para ir trabalhar estou muito bem-disposta e o David também. 

-Ainda bem porque vocês são lindos e eu gosto muito, muito de vocês! – Fogo André tu consegues pôr-me nervosa ainda nem 8h são! – E então quais são os planos da menina para hoje?

- A tua menina tem não tarda nada de ir trabalhar enquanto o menino fica a molengar… Boa vida a dos desportista, sim senhora! Segunda-feira é um dia muito complicado mas talvez arranje um tempo depois do jantar, vais ter lá a casa por volta das 21h30 e depois logo se vê. – Com aquelas saídas com o André tirava tempo a pequenas coisas minhas, como por exemplo, lidas domésticas, atenção a minha prima e ao meu filho.

-Então lá apareço para matar saudades vossas. Vá vai lá trabalhar que eu não te atrapalho mais enquanto eu vou dormir mais 10 minutinhos. Beijinhos vos adoro muito.

-Está bem matulão eu vou desligar mas é só mesmo porque tenho de ir trabalhar e o David não tarda nada queixasse que quer atenção. – Mal digo o nome dele, o menino levanta logo a cabeça afastando a atenção dos bonecos e pergunta:

-Mamã, mamã quem é? Posso fala também?

-Filho estou a falar com o André Gomas como tu chamas. – Eu e o André soltamos uma gargalhada. – Queres falar com ele?

-Shim mamã, que-lo fala com ele. Posso?

-Claro amor, toma. – Dei-lhe o telemóvel. – Mas tem cuidado David.

-Shim mamã. – Encostou o telemóvel ao ouvido. – Olá Gominhas, tás bom?

-Sim estou e tu meu amor? – Coloquei o telemóvel em altifalante para puder ouvir a conversa daqueles dois.

-Poque me chamas amog? Não chou teu namoado nem gotas de mim. – O André soltou uma gargalhada.

-Chamo amor porque gosto muito de ti e da tua mãe.

-Mas eu não goto de ti já tenho namoada e dou beijinhos na boca. Tu também dás á mãe? – Fiquei sem reação á sua pergunta mas falei:

-David Simão... – Ele nem me deu tempo de continuar a responder porque fê-lo ele.

-Mendonça Maques. – Fiquei envergonhada, o meu filho às vezes tem com cada resposta que me deixa sem reação, mas o André sorriu logo.

-Tu achas bem perguntares ao André se damos beijinhos ou não? E que história é essa de já tens namorada?

-Mamã eu e a Mónica já damos beijinhos na boca como tu e o Andé. - Não queria mentir ao menino e dizer que não trocávamos beijos porque trocamos mais que uma vez e no que depender de mim daríamos mais.

-Filho não digas isso que eu não quero. – Disse eu.

-Tá bem mamã mas podias gosta do Andé, como eu goto da Mónica.

-David ouve por favor, eu e a tua mãe não namoramos mas se namorarmos prometo que vais ser o primeiro a saber. – O David ficou muito contente e eu senti que ele seria um ótimo amigo e um ótimo padrasto para o pequeno mas também bom para mim.

-Obigada. Xau beijinho pota bem. – Carregou no botão vermelho e desligou.

Entregou-me o telemóvel, arrumei-o e começou o meu dia longo. Foi muito cansativo, sem dúvida alguma mas concentrava-me sempre no prémio, estar um pouco com o André. No final do dia estava cansada e ainda tive que fazer o jantar e falar um pouco com a Ana que estava diferente, estava estranha e embora tenha insistido muito com ela, nada disse, acabei por deixar o David a tratar disso, conseguia animá-la o menino tinha aquela magia própria de um menino de quase 3 anos.
O meu filho adormeceu pouco depois do jantar, pouco passavam das 21h, e embora eu também estivesse cansada tive que esperar pelo André, nem que fosse só para lhe dar um beijinho de despedida, mas acabei por adormecer no sofá pouco depois da minha prima e do meu filho. Passado algum tempo acordei com a campainha a tocar freneticamente, levantei-me e falei para o outro lado da porta:

-Espere aí um pouco por favor que vou mudar de roupa.

Fui até ao quarto e vesti algo diferente, mais ousado e mais prático, não tinha a certeza se era o André mas não queria falar com ninguém com pijama por isso preferi algo mais simples e bonito.


Como não queria ir descalça e não queria calçar umas pantufas fui ao meu quarto e como estava meio desarrumado, escolho umas botas de salto alto que embora simples são bastante elegantes, isto porque embora não seja muito baixinha ao lado do André, isto porque embora goste de ser a pequenina dele quero puder estar mais próxima daquela face, daqueles lábios tão bem definidos, daquela barba que me fazia suspirar. As botas não ficavam muito bem mas com a pressa que tinha foi mesmo o que acabei por calçar.


Fui até á porta e abri-a, não podia ficar mais surpreendida com o que os meus olhos viam...


Quem será que era a porta? Será que era o André?
Como correrá o segundo reencontro?

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