domingo, 23 de dezembro de 2012

Capitulo 1: “…mais-valia ter-te dado o número falso!”


(Ana)

“You and I go hard at each other like we're going to war
You and I go rough, we keep throwing things and slamming the door
You and I get so damn dysfunctional we start keeping score
You and I get sick, yeah, I know that we can do this no more

But, baby, there you go again, there you go again making me love you, uh
Yeah, I stopped using my head, using my head let it all go, uh
Now you're stuck on my body, on my body like a tattoo, uh
And now I'm feeling stupid, feeling stupid coming back to you, uh” (Maroon 5 - One More Night)

Acordei com o toque do meu telemóvel, escusado será dizer que comecei a reclamar comigo mesma, mas porque raio não desliguei o telemóvel ontem á noite? Assim podia descansar hoje à vontade, tirei a mão das mantas muito a custo e fui tirar o telemóvel da mesinha de cabeceira e atender, embora o meu subconsciente não me dissesse que era o Rodrigo, eu sabia que era ele porque cada pessoa no meu telemóvel tinha um toque personalizado e este era o dele, atendi e respondi:

- Sim? Respondi mesmo sem energia quando o que mais me apetecia era dormir, ontem fiquei acordada até tarde a escrever a letra de uma música que acabou por não sair como queria, resultado, frustração era a ordem do dia.

- Ei cara que molengona! Cê não se lembra que ganhei a aposta? – Mas que aposta Rodrigo Maria? Eu quero dormir, és pior que o David tu! Mas porque razão te dei o meu número! Ai já sei: perdi a aposta contigo!

- Se é para me acordares a um sábado logo de manhã, ou melhor de madrugada, mais-valia ter-te dado o número falso! Assim não me chateavas a cabeça. – Sentei-me na cama e comecei a espreguiçar-me, isto de ser acordada pelo Rodrigo Moreno tinha um encanto mas ao mesmo tempo um dissabor estranho, a nossa relação era tipo cão e gato, mas ele mexia comigo, senão não lhe tinha dado o meu número, mas claro que não esperava que ele me ligasse no dia seguinte logo de manhã.

- Cê não viu bem as horas! É meio-dia e meia! Está na hora de cê levantar o rabo da cama, vestir-se e dentro de meia hora estou à sua porta! Não dê desculpa, sei bem que não tem nada hoje e perdeu a aposta comigo! – Claro a aposta, ainda por cima não lhe podia dar a morada falsa porque por mais que uma vez ele já me veio pôr a casa mas mesmo assim respondo:

-Os teus pais nunca te ensinaram que é feio chatear os outros? – Realmente estava um pouco chateada com ele, não era justo acordar-me ao meio dia e meio de um sábado, visto que nem o pequeno David e a minha prima mo fizeram, isto porque este fim-de-semana tinha a casa vazia, ele foi passar o fim-de-semana com o pai e ela foi visitar os pais, visto que no último ano nunca o tinha feito.

-Ei cara não precisa ser ruim! Ganhei a aposta justamente e vai ter de carregar com as responsabilidades de aturar o grande todo o dia. – Dizia isto num tom de vitória, ai é Rodrigo Moreno Machado? Então vais levar uma resposta:

-Então desististe e vais chamar o Cardozo ou o Lima? É que tu de grande não tens nada! – Começo a rir-me e ele apenas fica calado, aquela picardia era clássica em nós, talvez demasiado porque toda a gente nos dizia que íamos acabar namorados, sinceramente já achei menos que isso era provável, hoje não digo que não, nem que sim, deixo no ar um simples talvez.

-Cê machucou o Rodrigo! Não sou só mesmo eu e tu! Contente?

-Lá tem de ser não é? E já sabes onde vamos? Aviso já que para me aturares o dia todo tens de fazer as coisas á minha maneira. – Eu era a típica rapariga que não deixava de ser eu mesma só por causa do estatuto de jogador de futebol, ou de ter algum dinheiro, eu dava-me com ele porque me dava… Desde o primeiro dia em que nos conhecemos e começamos a falar que temos uma relação difícil mas acho que só o facto de ele viver acima da média era motivo suficiente de brincadeira, claro que também brincava com o seu sotaque e com a sua energia, tinha sempre resposta na língua! Por incrível que pareça nunca o vi maldisposto!

-Cê nem pense! Já tenho tudo programado! Beijinho não demoro. – Dito isto desligou a chamada, vais pagar por me teres desligado o telemóvel sem me deixares responder, ai vais! 

Tomei um banho rápido ao som da música que cantei ontem para o Rodrigo e era a música que tinha como toque quando ele me ligava, algo que só aconteceu uma única vez até agora, e claro serviu para me acordar, que sentido de oportunidade! Vesti uma roupa mais provocatória, era óbvio que as nossas picardias se relacionavam com tudo o que às vezes com o simples andar um do outro servia para nos provocarmos, queria ver qual era a sua reacção aquela roupa.
De seguida fui até à cozinha para beber um copo de leite, decidi não comer nada, um velho hábito, não tomar pequeno-almoço e como não sabia o que esperar mais valia ir preparada para qualquer coisa, ao menos estaria segura com o meu copinho de leite, mas mal começo a beber o leite oiço a campainha, pousei o copo em cima da bancada e fui até á porta de casa, como sabia quem era nem espreitei, abri a porta e não é que fico parva? Era o Rodrigo, sim! Mas estava com um sorriso lindo, perfeito e um brilho especial… ou seria da minha cabeça?

- Tá pronta, tou vendo.

- Estou sim. Podemos ir – ainda estava meia zonza quando fechei a porta de casa e começamos a caminhar lado a lado – pode-se saber o que tens preparado ou nem por isso?

- Tava pensando em irmos almoçar primeiro, pode ser?

- Claro – chegámos perto de um carro e o Rodrigo abriu a porta do lado do pendura – estou a ver que és um cavalheiro.

- Se não fosse ia começando a reclamar, aposto!

- Claro… como sempre não é! – Eu entrei no carro e o Rodrigo deu a volta ao mesmo e entrou.

- E essa roupa? Cê quer ser contratada para fazer campanha pra alguma marca de roupa? – Lá tinha de vir o comentário. Não lhe dei a importância que ele procurava e liguei o rádio do carro. Não podia ser pior…

But, baby, there you go again, there you go again making me love you, uh
Yeah, I stopped using my head, using my head let it all go, uh
Now you're stuck on my body, on my body like a tattoo, uh
And now I'm feeling stupid, feeling stupid coming back to you, uh”

Olhei para o Rodrigo que cantarolava a música com um sorriso na cara de orelha a orelha, contudo ia fixo com o seu olhar na estrada. Eu acabei por o acompanhar e sorri ao ver que ele tentava, a custo, dizer as frases da canção, mas custava-lhe a sair. Acabamos por nos desmanchar a rir a meio e perdemos o ritmo da música.

Como será que corre o dia a estes dois? Será que se sucumbem um ao outro?
E para Rita, como estará a ser o dia dela com os pais?

3 comentários:

  1. Olá!
    Bem, eu pensei logo "nao me posso atrasar na Um Amor Como O Teu senao depois perco o fio à meada!" e la vim eu! Eu ca gostei muito do que li sobre as personagens e neste primeiro capitulo. Promete... mas de voces as duas so podia, nao é?
    Espero o proximo!

    Beijo
    Ana

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  2. Olá!
    Acho que acabei de encontrar mais uma fic para eu me viciar. ;)
    Adorei!
    Que venha o próximo para a Mariana saber o que se vai passar!
    Beijinhos

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