domingo, 23 de dezembro de 2012

Capítulo 2: O regresso ás origens


(Rita)


Pela primeira vez, desde que rumei à capital, que vou rever a minha família: os meus pais, os meus irmãos, os meus cunhados e os meus sobrinhos, vou até ao norte, aproveito e também revejo os poucos amigos que lá deixei, a minha melhor amiga Carolina e o irmão do pai do David, o meu ex-cunhado que me é tão importante, é um grande amigo João que sei que posso contar sempre com ele e foi ele que me apoiou quando decidi vir para Lisboa e todos os meses manda uma quantia de dinheiro mas sem ninguém saber, é um dos principais motivos para ainda deixar o meu filhote ir para o pai, isto porque o menino muda não se sente bem com a família paterna e embora seja pai dele, não lhe dá a educação que deve ser e o nosso filho merece mas como pai e como não quero arranjar problemas decidi que ele seria um pai atento. Acordei bastante cedo mas não acordei o David, por volta das 7h já estávamos em viagem, como não gosto de conduzir em silêncio e não podia ligar o rádio porque o David dormia profundamente ligo o rádio e começo o caminho no meu carrinho até á minha primeira paragem: Porto, onde o meu pequeno ficaria com a família paterna e eu iria até junto da minha família, iria ser uma surpresa para todos eles, já perto de Coimbra o menino acorda e sorri logo, mas rapidamente fica rabugento e pergunta:

-Mamã poque estamos no popó? O David tem fome.

-Porque vais ter com o pai e a mãe vai ver os avós, os tios e os primos. Oh amor agora a mãe está a conduzir mas prometo que já paro para comeres qualquer coisa.

-Não quelo i po papa ele namoa com a menina fea e dá beijinho pocos, a amiga do papá é feia e má.

-E porque não dizes ao papá que não gostas dela?

-O David já disse mas o papa disse pa não dize isso que é caca e não diz! A Genata diz que o David é feio.

-Eu falo com o pai deixa. Olha vamos parar e vamos comer qualquer coisita amor. 

-Tá bem mamã. David que batata.

-A esta hora não vais comer batatas, ficas com dói-dói na cabecinha.

-Mas eu quelo!

-Não David, já disse que não.

-Vou chorar! 

-Não quero saber bebé, se tens fome comes qualquer coisa. – Acabei por parar numa estação de serviço e mal tiro o sinto ao David ele quer começar a correr mas eu agarro-o, sento-o no banco de trás e começo a dar-lhe comer, ele diz que não quer e eu não insisto, no caminho para o Porto havia de se queixar com fome e aí dava-lhe o que havia trazido. Fui com ele até á casa de banho e mudei-lhe a fralda, continuava de “trombinhas” e mal falava comigo, pensei em desistir e dar-lhe as batatas que ele tanto desejava mas acabei por não o fazer senão não lhe estava a dar a educação que ele precisava e merecia, não, não é fácil educar um bebé e às vezes magoa-nos mas cada sorriso vale a pena, ele era um menino de ouro na minha opinião e eu orgulhava-me de dizer que ele era meu filhote, que o dei à luz, que o eduquei e sou a principal responsável por ele, o meu pequeno David Simão Mendonça Marques.

-David se tens fome comes, senão tens não comes, vou deixar a comida aos teus pés se quiseres avisas e comes no caminho mas que isto não se volte a repetir ouviste David Simão? – Ele acenou positivamente a cabeça, coloquei-lhe o cinto e voltamos a fazer a viagem até ao Porto, cidade natal do meu amor, se soubesse o que sei hoje acho que era mais provável que ele nascesse em Lisboa. Liguei o rádio e continuamos, passado alguns 10 minutos ele pede-me para colocar o seu CD, com músicas infantis, eu coloco, mas ao contrário do que é costume ele não canta, talvez porque a fome não deixasse, mal acaba a música que ele mais gosta pede:

-Mamã podes da a comida ao David? 

-Não ouvi nada

-Se faz favor mamã Tita. – O seu jeito particular de ser querido tratando-me pela alcunha mais querida era intimo e fazia-me sorrir. Abri a bolsa e dei-lhe comidinha, que comeu num instante e ainda repetiu.
Passado algum tempo chegamos ao Porto e eu deixei-o com o pai e com a madrasta mas sem nenhum deles entender segredo ao pai dele:

-O David não gosta muito da madrasta, diz que é má e feia por isso vê o que fazes, não o obrigues a nada.

-Está descansada, vou fazer tudo para a Renata e o David se darem bem se o obrigar a nada. 

-Obrigada. – Virei costas e fui embora, não sem antes me despedir do meu filho, era verdade que o revia amanhã e voltaríamos para Lisboa mas custava-me saber que ele ia estar junto a uma pessoa que não gostava e pelo que me pareceu não era a melhor pessoa para ele, mas talvez o pai dele soubesse cumprir o que prometeu.

Fiz a minha viagem até à minha terra natal, toquei a porta da casa dos meus pais e quem me abriu foi o meu irmão Rúben e o meu sobrinho Miguel, entrei e falei com toda a minha família, hoje iam almoçar em família. Os meus dois irmãos mais velhos: Miguel com 25 anos, casado com a minha cunhada Maria com 28 anos e pais do Miguel com 3 anos e o meu irmão Gonçalo com 31 anos casado com a Joana e são pais do meu sobrinho Dinis com 14 meses e a minha cunhada grávida de 7 meses de uma menina que se vai chamar Beatriz. Embora more em Lisboa, o meu irmão Miguel escolheu-me para madrinha do Miguel e devo confessar que sou uma madrinha babada, foi graças a ele que sei muito sobre a educação e formação de um bebé, visto que ele e o meu filho só têm 1 anito de diferença.
Almocei com eles e o fim-de-semana passou a correr, fui muito feliz mas preferi não sair de casa, queria viver aquele momento só com a minha família que morria de saudades e numa outra altura, eu queria mesmo estar com eles, claro que me perguntaram pelo meu filhote e eu disse que estava a passar o fim-de-semana com o pai, queriam revê-lo e eu prometi que em breve, assim que pudesse viria com ele visitá-los mais uma vez. No domingo na hora de almoço, os meus anteriores vizinhos e agora vizinhos dos meus pais, isso mesmo os pais do André Gomes aparecem por casa e conversamos um pouco, falaram-me do meu antigo companheiro, daquele que considerava quase um irmão, está a jogar no meu Benfica e está feliz, aliás como nunca esteve, admito que fiquei com curiosidade por o rever, quem sabe não vou até ao Caixa Futebol Campus, onde a minha prima trabalha e o revejo, ou então vou até ao estádio. Depois do almoço acabei por ter que me ir embora, ainda tinha que ir buscar o meu filhote e voltar ainda hoje para Lisboa, como a Ana não me ligou só posso prever que algo se passou e eu quero saber.
Num instante vou até ao Porto, o reencontro com a minha família foi perfeito e devo assumir que o reencontro com a família do André “mexeu” comigo, como será que ele se está a safar em Lisboa? A adaptação custa mas ele é tão boa pessoa que deve ter sido fácil, quem sabe não o reencontro um dia. Vou ver como foi o fim-de-semana do meu filhote com a família paterna e como correu estes dias com a madrasta, devo confessar que me fazia lembrar a imagem de madrasta má da Branca de Neve, mas por um lado confio no pai dele e sei que fez os possíveis para tudo correr bem.

Como terá corrido o fim-de-semana de David com a família paterna?
Será que Rita reencontrará André em Lisboa? Porque terá “mexido” o reencontro com os pais dele?

4 comentários:

  1. Olá!
    Hum um David com personalidade forte mas a Rita mete-o na linha xD Quero ver como correu esse fim-de-semana com a "Genata" e estou ansiosa por esse reencontro com o André (sim, porque eu sei que vai acontecer xD)
    Espero pelo proximo!

    Beijo
    Ana

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  2. Olá!
    Vocês fizeram muito bem em iniciar uma história :D
    São duas óptimas escritores e juntas acabaram por me viciarem em mais uma história! :P
    E quero mesmo este reencontro com o André!
    Toca a escrever o próximo!
    Beijinhos e Bom Natal!
    Rita

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  3. Olá!
    Estou a gostar muito!
    Estou curiosa para saber o que se vai passar no próximo!
    Continuem!
    Beijinhos

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