sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Capitulo 7: O Meu Lado Angelical versus O Meu Lado Infernal


(Rita)


O André, que estava ao meu lado, agarrou na minha mão esquerda e uniu-as, olhamo-nos em simultâneo e corei, podia dizer que o que sentia era do reencontro mas cada vez acho que é mais que isso, ele “mexe comigo” de uma forma especial, mais que uma amizade mas ainda não é amor, ele provoca sentimentos em mim que nunca mos fez sentir, talvez fosse das alterações que ele viveu, estava mais homens, mais maturo, mais bonito e até ele era melhor pessoa e eu nunca pensei que isso acontecesse, sempre foi um dos melhores rapazes que conheci na minha vida e ele surpreende-me, melhora e eu pergunto-me como é possível, e não é só isso, está mais bonito, mais atraente, mais simpático, mais humilde, mais lutador, estava diferente daquilo que sempre foi e isso provocou diferenças no que sentia em relação a ele, quer dizer também pode ser só o sentimento causado pelo reencontro, não sei dizer sinceramente, só o futuro me pode dizer o que sinto. O Rodrigo olhou para a Ana á espera que ela o convidasse, mas ela não o fez e acrescentou:

-Estão á esperas de quê para responderem meninos? – A Ana é ela própria sem dar nem pôr, é simplesmente ela própria mas cada vez que está ao pé do Rodrigo fica mais animada, mais divertida, acho que embora ela não admita a ela própria e a ele, aos poucos vão cedendo, algo me diz que vão ficar juntos. Não tinha demasiada confiança com o Rodrigo para lhe perguntar o que sentia pela minha prima, mas vi-a pela sua atitude que o sentimento era recíproco. O André sorriu e respondeu:

-Por mim está combinado. – Agarrei com força a mão dele e a olhar para mim acabou a sua frase. – Ainda tenho muito que falar com a minha Ritinha. – Corei e desviei o olhar, ele é tão querido, tão romântico (bem esta palavra não se adequa totalmente porque nós estamos longe, bem longe quer dizer não é assim tão longe mas também não é assim tão perto, ai André andas-me a desconcentrar e a dizer coisas sem nexo!), sorri e voltei a apertar a mão dele com força, o Rodrigo e a Ana olham-nos e reparam nas nossas mãos unidas mas nada que fizesse afastar as mãos, aliás só a demonstrávamos mais, ele levanta as mãos e mesmo para demonstrar algo que não entendi, beija a minha mão num beijo doce mas ao mesmo tempo rápido e eu retribuo o beijinho e dou-lhe mas um beijo bem suave e diferente na bochecha direita, quer dizer sobre a sua barba porque aquela barba naquele estado deixava-me ainda mais a suspirar por ele (mas o que é que se anda a passar contigo Rita?) e coloco a minha mão sobre a sua bochecha esquerda e fechamos os olhos durante o beijinho que fiz tudo para se estender. 

-Estamos a mais já viste Rodrigo? Cá para mim podíamos era ir embora que eles não davam por nada! – Claro a minha priminha estava danada para a brincadeira mas entre mim e o André só há uma amizade (ou algo mais já não sei).

-Cê está fera. – O Rodrigo não perdia uma oportunidade para a provocar e ela respondia.

-E tu estás engraçadinho, aliás demasiado engraçadinho para meu gosto! – Não pude deixar de ter vergonha, não pelas minhas atitudes e do André mas pelas palavras da Ana e do Rodrigo.

-Vamos mas é jantar que eu já estou a ficar com fome. – Disse eu interrompendo o momento, estranho que vivíamos, aquela reunião parecia mais um encontro de casais do que um encontro de amigos o que estava longe de ser verdade pelo menos da minha parte e do André, éramos bons velhos amigos, companheiros, quase irmãos e não me via a namorar com ele, quer dizer imaginava mas não queria, ou queria sinceramente já não sei, nunca me imaginei com ele até agora e tenho medo de confundir sentimentos e não é só isso, como reagiria o meu filho a um padrasto? Quer dizer ele já tem uma madrasta mas não lida tanto com ela como lidaria com um padrasto e além disso não me parece que venha a acontecer algo entre nós dois.

-E o que vamos fazer para o jantar? – Perguntou o André dando voltas na barriga, aquela fome característica que ele sempre teve não mudava mesmo com a idade.

-Não sei, gosto de tudo, quero é ter a melhor companhia do mundo. – Disse sorrindo ao mesmo tempo que corava e o André agarrou-me, encostou-se a mim e eu tomei iniciativa de darmos um beijo á esquimó como fazíamos na primária. Depois de o fazermos, oiço uns pequenos passos que bem conhecia cada vez mais próximos, afasto-me do André, afasto-me do seu corpo que está perfeito, os seus abdominais, o seu corpo, fazia-me suar, não era humano, aliás era impossível ser humano, estava tão bem construído, não tinha medo de estar ao seu lado e de trocar aquelas carícias mas não queria que o meu filho me visse assim. 

-Mamã, tenho fome. Quem são eles? – Olhou muito surpreendido para o André e para o Rodrigo.

-Respeitinho meu amor que eu não quero que os trates assim. São amigos da mãe e da prima. Dá um beijinho a cada um deles.

-Não quelo, eles são homens e eu também dou um “passou-bem”. – Rimo-nos todos, um menino com 2 anos a considerar-se um homem.

-Cê é divertido. – Meteu-se o Rodrigo com o David.

-Não goto dele mamã. – Agarrou-se á minha perna e olhou para mim. Peguei nele ao colo e ele olhou para o André que estava bem perto de nós e perguntou-lhe. – Também falas estanho? – Não consegui deixar de soltar uma gargalhada e o André ficou envergonhado.

-Não David, eu falo português. – E esticou-lhe a mão para lhe dar um “passou-bem” que o David logo retribuiu e acrescentou. 

– Mamã ele é fote, goto dele! – É engraçado como uma criança com 2 anos diz que gosta de um homem por um “passou-bem” e que não gosta de outro homem pelo sotaque.

-Não digas isso se faz favor David, o Rodrigo não gosta e eu não quero! Pede já desculpa que de certeza que não gostavas que te fizessem o mesmo. E ainda nem sabes o nome deles para os julgares assim. – Não gostei da atitude do David e como é em pequenino que se torce o pepino quero logo cortar o mal para a raiz para não ser um mal-educado, quero ensinar-lhe tudo mas não posso ser tão rígida por vezes.

-Sei sim mamã, já vi fotogafias deles, jogam á bola no Fenfica, é o Andé Gomas e o Godigo. – Eu e o André soltamos uma gargalha e rapidamente o Rodrigo ficou de “trombinhas”, ele deu-lhe um beijinho e eu dei-lhe um abraço.

-Não é Gomas, é Gomes amor e olha vai brincar um bocadinho com a Ana e com o Godigo para o quarto para eu e o Gomas fazermos o jantar pode ser?

-Sim. – Coloquei-o no chão e foi até junto do Rodrigo, agarrou-se á perna dele e disse. – Desculpa Godigo, anda ve o binquedo que a Genata e o papá deram. – Começaram os dois a correr até ao quarto e a Ana seguiu-os, já sabia que não ia ficar connosco, na opinião dela pelo que sei era “dois é bom, três é demais”, e eu agarrei na mão no André e fomos até á cozinha. 
Ele quis preparar o jantar, eu insisti mas ele era mais teimoso e como não conseguia resistir a um homem daqueles acabei por aceitar e coloquei apenas a mesa e ajudei-o quando precisava, como por exemplo saber onde estava determinados alimentos ou acompanhamentos, acabei por lhe pedir para preparar algo simples e rápido, porque se bem conheço (a mim, ao André e ao David) a fome era negra e só víamos a altura de jantar. O André acaba por preparar ovos mexidos, acompanhados por umas batatas fritas do pacote. Chamamos o David, a Ana e o Rodrigo para a mesa e já vinham mais animados, quer dizer a minha prima fazia tudo para os unir mas o David não cedia muito. 
O jantar acabou por passar rapidamente, o Rodrigo fazia tudo para ser amigo do David mas ele não cedia por nada, parecia que estava mais interessado em falar com o “Gomas”, por um lado isso alegrava-me mas por outro entristecia-me, não queria nada que o David não aceitasse o Rodrigo, sabia perfeitamente que isso ia ter influência na história da Ana e do Rodrigo, mas por outro lado o meu amor (refiro-me ao David como não poderia deixar de ser) dava-se bem com o Andrezito. Ameacei o meu filho que o punha de castigo se ele não fosse mais simpático com o Rodrigo mas nada feito, já não discutiam tanto e já não o tratava tão mal mas não tratava tão bem como queria. O jantar acabou e o David acabou por adormecer, fui juntamente com o André pô-lo na cama enquanto o Rodrigo e a Ana conversavam na sala, calculei que se estivessem a despedir assim como eu e o André, mas era um momento estranho, eu estava dentro de casa e ele á porta, mas apesar disso estávamos próximos, bastante próximos de mãos dadas mas não sabíamos qual era a melhor maneira de nos despedirmos (eu sabia que era espetar-lhe um beijo naqueles lábios e “desfazer-lhe” o melhor sorriso dele, mas no bom sentido, ai Rita que tu hoje só dizes asneira, concentra-te, eu concentrava-me mas era com aquele homem ui! Oh Rita a sério?! Ele é teu amigo de infância não vai acontecer nada… Está quieta e calada antes que sai-a asneiras… Mas olha não eras a única a querer um pedaço daquele homem, daquele caminho, se é mau ou bom eu não sei mas quero provar para saber.

Como será que se irão despedir?
Como correrá o final de noite entre o Rodrigo e Ana? O que dita o destino daqueles 4?

2 comentários:

  1. estou a adorar esta história
    continuem sff

    ResponderEliminar
  2. Olá!
    Adorei como nao poderia deixar de ser!
    Adorei andar dentro de mente da Rita! É fascinante aquela luta contra ela propria!
    Estou ansiosa por saber como ele e o "Gomas" se despedem ahahahah

    Beijo
    Ana

    ResponderEliminar